O Rio Grande do Norte é referência mundial em termos de rede global de banco de leite humano e será o primeiro Estado do Nordeste a obter esta certificação. A informação é de João Aprígio Almeida, coordenador nacional da Rede Global, que fez o anúncio esta semana durante um seminário realizado pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesap). “O Estado é um sócio na construção de um banco de leite desde 2000”, disse João Aprígio Almeida.
Durante entrevista ao programa Cidade Agora, apresentado pelo jornalista Alex Viana, na 94FM, Almeida explicou que a mortalidade infantil – no caso, a neonatal – está associada às condições das mães no período pré-natal. Atualmente, 17% das crianças recém-nascidas necessitam de cuidados especiais. O banco de leite torna-se estratégico para resolver problemas relacionados a ações de aleitamento materno e, com a amamentação, a mortalidade neonatal é reduzida em 10%.
João Aprígio Almeida destaca que o leite materno não é apenas um alimento. “O leite contém substâncias que garantem a imunidade. É como se fosse uma vacina”, disse Almeida. O leite materno é, na realidade, um modulador do organismo que garante proteção aos bebês. O Brasil concluiu um modelo genuinamente nacional, que hoje é referência no mundo inteiro, por meio da Fundação Oswaldo Cruz. As buscas pelo modelo brasileiro começaram pela América Latina, chegaram à península ibérica – na Europa – e agora estão indo a países como Índia e China.
O reconhecimento da Rede Global de Banco de Leite do Brasil veio da Organização Mundial de Saúde (OMS). O modelo brasileiro começou a ser desenvolvido em 1985. “O mais importante é que o Rio Grande do Norte é referência no mundo. O único problema hoje é o baixo estoque de leite, que precisa melhorar. No Brasil, Brasília é o único local autossuficiente em leite. O problema da violência está impedindo as doações em muitos Estados, com destaque para o Rio Grande do Norte e o Rio de Janeiro”, detalha João Aprígio Almeida.