Um grupo de 170 funcionários da empresa Crast, que presta serviços de manutenção e limpeza em escolas municipais de Natal, protestou nesta segunda-feira, 20, contra o atraso no pagamento dos salários. Durante boa parte da manhã, os servidores terceirizados bloquearam a entrada da agência do Banco do Brasil da avenida Rio Branco, na Cidade Alta. O ato só terminou após a gerência do banco receber representantes dos manifestantes.
Os terceirizados reivindicam o pagamento da folha de junho, já que a última vez que receberam da Crast foi em maio. Por causa do atraso, alguns servidores deixaram de trabalhar nas escolas. Outros reclamam que tiveram de contratar empréstimos para seguir exercendo as funções.
No início de agosto, a Prefeitura do Natal fechou um acordo com a Crast para efetuar os pagamentos diretamente aos mais de 500 servidores terceirizados. Ficou definido, em conciliação junto ao Ministério Público do Trabalho, que a Secretaria de Educação cumpriria a Lei Municipal 9.963/2013, que autoriza o Município a repassar o salário diretamente aos empregados, quando evidenciado que a empresa contratada não cumpriu com as obrigações trabalhistas.
Apesar do acordo firmado – e da disponibilidade financeira –, um entrave burocrático impediu que a Prefeitura fizesse o crédito dos salários. A gerência do banco informou nesta segunda-feira, contudo, que o problema foi resolvido e falta apenas a resolução de uma última pendência para que os servidores recebem seus salários. O valor total desembolsado pela Prefeitura do Natal não foi informado.
“Falta agora a Secretaria de Educação inserir dados dos servidores no sistema do banco para o pessoal receber. Quem tiver conta no Banco do Brasil já receberá imediatamente, assim que as informações forem repassadas pela secretaria. Clientes de outros bancos receberão no dia seguinte. Esperamos que, até quarta-feira, os salários estejam creditados”, afirma o vereador Sandro Pimentel (PSOL), que representou os servidores em uma reunião com a gerência do Banco do Brasil – instituição financeira que mantém a conta da Prefeitura.
Insatisfeitos com a situação, servidores terceirizados prometeram realizar um novo protesto caso os pagamentos não sejam creditados até a próxima quarta-feira.
O Agora RN apurou que funcionários de outras empresas terceirizadas estão com atrasos salariais, mas não há detalhes sobre o problema. Procurada, a Secretaria de Educação informou que está trabalhando junto à Secretaria de Administração e Finanças com o propósito de solucionar o problema, seguindo também as orientações do Ministério Público Federal do Trabalho.