Os candidatos ao Governo do Estado receberam no final da manhã desta terça-feira (11) os relatórios da campanha “Eu Decido a Segurança do RN” proposta pela Associação dos Delegados de Polícia Civil do RN (Adepol). Nos documentos foram apresentados os números e propostas repassadas pela população do estado.
Aproximadamente oito mil pessoas responderam a enquete e três mil propostas foram lançadas pela população das quatro mesorregiões do estado. Na mesorregião Leste composta por Natal, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Ceará-Mirim e Macaíba, 97,4% afirmaram que não se sentem seguros ao sair de casa. Já os crimes mais temidos são roubo (41,5%), homicídio (27%), tráfico de drogas (20%) e violência contra vulneráveis (11,5%) nesta mesorregião.
Já as medidas que devem ser tomadas pelo próximo governo, segundo a população, são investimentos em tecnologia policial (20,3%), políticas públicas preventivas (19,1%), legislação penal mais rígida (18,7%), aumento do efetivo policial (18%), melhoraria na educação (14,1%) e no sistema prisional (9,8%).
A situação pouco se alterou na mesorregião Agreste segundo a pesquisa, que compreende os municípios de João Câmara, Nova Cruz, Santa Cruz e São Paulo do Potengi. A população também não se sente segura para sair de casa com 97,3% tabulados. Já em relação os crimes mais temidos foi observada uma mudança de posições: o tráfico de drogas lidera na região (33,4%), seguido de roubo (32,8 %), homicídio (24,1%), e violência contra vulneráveis (9,6%).
Em relação às melhorias a serem aplicadas se manteve em primeiro lugar o investimento em tecnologia policial (20,2%), depois, legislação penal mais rígida (19,8%), políticas públicas preventivas (19,4%), aumento do efetivo policial (17,3%), melhoria na educação (13,8%) e melhoria no sistema prisional (9,5%).
Na mesorregião Central, que abriga os municípios de Caicó, Currais Novos, Macau e Parelhas, a sensação de insegurança atinge 97% da população receosa em sair de casa. Em relação as ocorrências, a região também tem o tráfico de drogas como a ocorrência mais temida registrando 34,8% e está também em segundo lugar o roubo (34,3%), seguido de homicídio (20,4%) e violência contra vulneráveis (10,4%).
Já o clamor da população segue com o investimento em tecnologia policial (22,4%), seguido pelo aumento de efetivo com (19,1%). Em terceiro ficou a aplicação de politicas públicas preventivas (18,9 %), legislação penal mais rígida (17,5%), melhoria da educação (13,8%) e melhoria do sistema prisional (8,3%).
Mesorregião Oeste
A mesorregião Oeste, composta por Mossoró, Assu, Apodi e Pau dos Ferros registrou a sensação de insegurança em 93,4% dos que responderam o questionário e os crimes mais temidos são roubo (34%), trafico de drogas (27,2%), homicídio (26,5%) e violência contra vulneráveis (12,4%). Para as medidas a serem adotadas pelo novo governo, foram citadas tecnologia policial (21,7%), politicas públicas preventivas (18,4%), legislação penal mais rígida (17,5%), melhoria na educação (14,1%) e melhoraria no sistema prisional (10%).
Após a apresentação dos números, a presidente do Sinpol, Paoulla Maués, comentou disse que os resultados revelam que a população está assolada por uma doença, a insegurança pública. “Somente com a ajuda do novo governador, a população poderá se curar deste mal. Começando com este relatório que é um remédio para os que realmente necessitam”, comentou a presidente.
O professor do mestrado profissional de tecnologia e inovação da UFRN, Gláucio Brandão, coordena a pesquisa e explica que ela tende a ser um marco no que diz respeito à Estatística Inteligente. “A metodologia usada, baseada em Inteligência Artificial (IA), foi capaz de apontar correlações não perceptíveis pela estatística convencional”, pontuou.
Segundo o especialista, a pesquisa conseguiu correlacionar dados aparentemente distantes como IDH, gênero, faixa etária, a infraestrutura policial e os tipos de crimes como nunca antes havia sido feito. “Além disso, conseguimos gerar um árvore de decisão capaz de sugerir diretrizes para os gestores no tocante à segurança”, observou Gláucio Brandão.