Penitenciária Estadual de Alcaçuz ficam em Nísia Floresta, na Grande Natal.
Segundo a direção da unidade, túnel foi escavado a partir do pavilhão 4
Anderson Barbosa
Do G1 RN
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Túnel utilizado pelos presos foi escavado a partir do pavilhão 4 (Foto: G1/RN) |
Um policial militar que ocupa uma das guaritas de vigilância da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, maior presídio do
Rio Grande do Norte, teve que dar tiros de fuzil para evitar que presos fugissem da unidade na madrugada desta quarta-feira (17). Alcaçuz fica em
Nísia Floresta, cidade da Grande
Natal.
O comando de guarda da PM informou que os tiros foram para o alto, como advertência. “O mais importante foi que nenhum preso escapou”, ressaltou Ivo Freire, diretor de Alcaçuz.
Ao
G1, o diretor contou que a tentativa de fuga foi percebida por volta das 2h30. Pelo menos cinco detentos conseguiram passaram por um túnel e saíram de dentro do pavilhão 4. Ainda na área interna da unidade, correram para o pé do muro e começaram a cavar um novo buraco. Foi quando a guarda percebeu a movimentação e os disparos foram feitos.
“Os presos do pavilhão 4 fizeram um túnel e saíram do pavilhão. Depois, correram para o pé do muro e começaram a cavar. Os guariteiros viram e atiraram. Com medo, os presos retornaram para dentro do pavilhão. Pelo menos cinco internos foram vistos”, relatou.
Ainda de acordo com Ivo Freire, o pavilhão 4 possui 180 detentos. Em toda a penitenciária, são aproximadamente mil presos.
Fugas em 2016 Somente este ano, 93 detentos escaparam do sistema prisional potiguar. Destes, 13 fugiram de Alcaçuz. No dia 19 de janeiro,
foram 3. Dois dias depois,
escaparam outros 10.
Sistema em calamidade O sistema penitenciário potiguar está em calamidade pública desde o dia 17 de março de 2015, após uma onda de rebeliões que atingiu pelo menos 14 das 33 unidades prisionais do estado.
O decreto, renovado em setembro, tem validade até março deste ano.
De acordo com a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc), já foram gastos mais de R$ 7 milhões nas reformas das unidades depredadas. A secretaria reconhece que o sistema penitenciário do RN é ultrapassado e precisa de uma modernização com mais eficiência e tecnologia nos processos.