Um dia após o Senado eleger seus 21 membros, a comissão especial que analisa o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff tem nesta terça-feira sua primeira reunião. Os trabalhos foram abertos às 10h28m. Logo no início do encontro, o senador Raimundo Lira (PMDB-PB) foi eleito presidente. Já o nome de Antonio Anastasia (PSDB-MG) para relatoria enfrentou divergências entre os senadores. Os aliados de Dilma não concordaram com a eleição por aclamação de Anastasia. Lira fez nesse caso votação nominal. Depois de mais de duas horas de debate, a comissão acabou confirmando a eleição do tucano como relator. A votação foi simbólica. Votaram contra a indicação apenas os cinco senadores que defendem Dilma na comissão.
Lira anunciou que o relatório de Anastasia deve ser apresentado no dia 4 de maio. Lira afirmou que os trabalhos vão ser encerrados na comissão no dia 6 de maio. O prazo máximo para a comissão era o dia 9 de maio, levando em conta os dez dias úteis.
Existiam duas correntes, uma que defendia dias úteis, com base na resolução 37, e temos também uma corrente que defende dias corridos, previsto na lei 1079 de 1950. Nós definimos, e conversamos com vários líderes. Vamos encerrar os trabalhos da nossa comissão, a aprovação ou rejeição do parecer, no próximo dia 6. Serão 9 dias úteis ou 11 dias corridos. Ficaremos na média - disse Lira.
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) fez um apelo para que fosse usado o prazo todo, com a votação ocorrendo apenas no dia 9 de maio. Caso a comissão conclua seu trabalho no dia 6 de maio, seria possível votar o tema em plenário no dia 11 de maio.
Lira anunciou que no dia 28 de abril será aberto espaço para os juristas que fizeram a denúncia e no dia seguinte para a defesa da presidente Dilma Rousseff.