A Companhia Paranaense de Energia (Copel) vai totalizar mais de R$ 3 bilhões em investimentos no Rio Grande do Norte até 2019. A empresa começou a investir em energias limpas no Rio Grande do Norte em 2015 e nos próximos três anos deve atingir uma capacidade de geração de 663 megawatts de energia distribuídos em 28 parques eólicos no estado.
A estatal lançou ontem, a pedra fundamental de construção do complexo eólico Cutia, com sete parques de aerogeradores entre os municípios de Pedra Grande e São Bento do Norte na região do Mato Grande potiguar. A previsão é que a estrutura já comece a produzir energia em outubro de 2017. O evento entretanto marcou o lançamento de um total de 13 parques, contando com o complexo Bento Miguel, na mesma região, que ficará pronto em julho de 2018. O investimento nesses dois parques é de R$ 1,7 bilhões.
Os aerogeradores que serão implantados agora terão capacidade de produzir juntos 312 megawatts de energia. Com isso, somente a produção da empresa no estado atenderia uma cidade de 2 milhões de habitantes. Para se ter uma dimensão, Natal, de acordo com o censo demográfico do IBGE de 2010, tem menos de 1 milhão de habitantes. O estado, tem pouco mais de 3 milhões e já é autossuficiente na produção energética.
Os novos parques terão 149 torres de 120 metros de altura, as maiores do gênero no mundo. 86 aerogeradores vão integrar os sete parques do Complexo Cutia e os outros 63 equipamentos vão ser implantados nos seis parques do Complexo Bento Miguel.
A Copel iniciou em 2015 a operação de parques eólicos próprios no estado, e já chegou a 331,6 Megawatts de potência instalada em 15 parques nos complexos de São Bento e Brisa Potiguar. A meta é alcançar 663,6 megawatts de capacidade eólica até 2019.
O Rio Grande do Norte é líder nacional do setor, com capacidade instalada de 2,9 gigawatts, através de 97 parques eólicos. Apesar disso, com base no número de parques contratados, o estado deverá perder a primeira colocação para a Bahia até 2019.
Participaram da inauguração o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD); o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), diretores da Copel e empresas responsáveis pela construção dos parques.
Além do lançamento da pedra fundamental, os governadores lacraram uma caixa com documentos – entre eles uma "carta para o futuro". A ideia é que o objeto só seja aberto novamente daqui a 30 anos.
"Não era possível imaginar há cinco anos atrás que a Copel estaria inaugurando a pedra fundamental de mais dois parques eólicos no Rio Grande do Norte. Isso só foi possível graças a uma política de expansão que também leva em conta a importância das energias renováveis", salientou o presidente da Copel, Luis Fernando Viana, reforçando que hoje a empresa atua em 10 estados da federal, sendo que o Rio Grande do Norte se destaca na produção eólica.
O governador afirmou que as ações visam “tirar o atraso do passado” que, de acordo com ele, fez o estado perder o recursos “por falta de interesse, de ousadia ou de políticas públicas”.
Questionado a respeito do governo interino de Michel Temer e como as relações entre governo federal e estadual afetariam o Rio Grande do Norte, o governador afirmou que não comentaria o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. Ainda assim, destacou que iria a todos os ministérios, sem distinção, onde possa encontrar recursos disponíveis para o estado.
“Não posso estar perdendo tempo discutindo questão que pertence ao Congresso. Vou fazer o meu papel, vou atrás dos projetos para o estado, vou a todos os ministérios, independente de quem esteja no governo. Meu papel é de governador. Não vou chegar lá para discutir questão partidária ou política, vou discutir o que é importante para o estado”, afirmou.
Entre as demandas mais importantes, o estado aguarda a liberação de um empréstimo de R$ 850 milhões para execução de vários projetos. “Eu irei bater nas portas, como sempre faço, em todos os ministérios, na presidência, onde for preciso. Onde for importante, onde tenha investimento par o estado, eu vou”, concluiu Robinson.
