|
Reunião foi realizada na manhã desta segunda-feira |
“Precisamos do apoio dos prefeitos da região para discutir e dar andamento, com urgência, a uma solução regional no agreste potiguar”, foi o que pontuou o secretário de saúde do Estado, Cipriano Maia durante reunião realizada durante toda a manhã desta segunda-feira (29) com representações do agreste potiguar e Ministério Público para tratar soluções assistenciais à saúde para a população da região, após a interdição do Hospital Regional de Canguaretama realizada pela Vigilância Sanitária na última semana.
Durante a reunião, a promotora Iara Pinheiro disse que existe, atualmente, uma pulverização nos recursos destinados à saúde no RN e defendeu que eles sejam aglutinados. “A Promotoria tem foco no custo da operação e no atendimento de qualidade para a população, a partir de um trabalho realizado desde 2011 com a encomenda de pesquisas conseguimos observar que isso será possível quando a rede for organizada a partir da lógica de racionalização, com um hospital por região que atenda com foco no pronto atendimento hospitalar e cirurgias eletivas”, destacou.
“Nesse contexto, foi formalizado um Termo de Ajuste de Conduta com a Sesap, em 2017, para promover mudanças ou readequação na rede hospitalar do estado, seguindo essa lógica da racionalização. Com base num estudo da Secretaria entregue também naquele ano, observou-se que outros dois hospitais da região tinham maior capacidade de investimento, o de São José de Mipibu e Santo Antônio, novamente solicitamos à Suvisa a inspeção do local e como constatado não há condições de trabalho na unidade, então não há sentido a Promotoria obrigar ou atuar para a reestruturação do atendimento no hospital em Canguaretama”, afirmou Iara Pinheiro.
Com a interdição do hospital, a Sesap tem promovido diálogo e buscado alternativas para não deixar a população sem assistência. Com 35 leitos e ainda que a média mensal no número de atendimentos em 2019 tenha sido de 52 consultas, 17 internamentos e 4,8 cirurgias eletivas, a Secretaria está retomando os debates com os prefeitos da região, para canalizar recursos ao hospital, construindo mais um pronto atendimento de urgência, leitos de retaguarda e promovendo a realização de cirurgias eletivas, e, junto a isso, maior utilização desse espaço. Para a retomada das atividades do hospital, o setor de engenharia da Sesap estimou uma obra no valor de R$ 2,430 milhões.
“Mesmo com a crise fiscal que é de conhecimento de todos, nosso objetivo é organizar o SUS em todo o Estado e buscaremos fazer isso através da regionalização, herdamos o TAC e estamos fazendo de tudo para organizar hospitais mais resolutivos, mas esse processo de pactuação dos municípios é muito importante”, declarou Cipriano Maia que ressaltou que a população da região não ficará sem assistência. “Enquanto dialogamos para definir os ajustes no hospital de Canguaretama, vamos realocar pessoal e serviços para as unidades da região, de forma regulada e garantindo o atendimento”.
Já nesta terça-feira (30), o setor de Recursos Humanos da Sesap se reunirá com os servidores de cada categoria do local, para definir o remanejamento dos profissionais, de forma articulada e ponderada, prioritariamente para as unidades mais próximas da região e de maneira a garantir, dentro da lei, os direitos dos funcionários.
Na reunião, também estiveram presentes a Promotora de Justiça do Ministério Público, Iveluska Lemos (de Canguaretama), a prefeita de Canguaretama Fátima Marinho, o prefeito da cidade de Brejinho e também presidente da Associação dos Municípios do Agreste Potiguar, João Gomes, representante da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte, a subcoordenadora de Vigilância Sanitária do Estado (Suvisa), Leila Matos, e técnicos da pasta da saúde da Sesap.
Após o encontro, os gestores reuniram-se com servidores lotados no Hospital Regional de Canguaretama, representantes da população do município e SindSaúde para apresentar a situação discutida na reunião e os próximos passos a serem tomados que garantirão o atendimento à população.