REAJUSTE NA CONTA DE LUZ DEVE SER MENOR EM 2023; ENTENDA OS MOTIVOS
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Após pesar no bolso dos consumidores neste ano, com altas que chegaram a dois dígitos, o reajuste da conta de luz deve ser menor em 2023. A previsão é de especialistas e consultorias do setor elétrico, que fizeram as projeções a pedido do g1.
O preço da energia é composto por uma série de fatores, e para 2023 há previsão de alta em parte desses custos, assim como fatores para amenizar o impacto das faturas. Com isso, as estimativas apontam para um reajuste final de um dígito em 2023 – ou seja, abaixo dos 10%.
A Thymos Energia estima que a média dos reajustes tarifários em 2023, considerando os clientes em alta e baixa tensão, será de 4,8%.
A PSR tem estimativa similar: a empresa projeta alta real (descontando a inflação) de 0,6%, sem considerar impostos. Se for considerada uma inflação em torno de 5%, como indicam as projeções do mercado financeiro, a conta seria reajustada em cerca de 5,6%.
Quando considerados somente os clientes conectados em baixa tensão – é o caso das faturas residenciais –, o impacto pode ser ainda menor. A TR Soluções projeta que as tarifas fiquem praticamente estáveis em 2023, com uma redução média de 0,2%.
As projeções são uma média para as mais de 50 distribuidoras que atendem o mercado regulado de energia. Por isso, é possível que uma distribuidora tenha reajustes maiores ou menores que os citados.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é a responsável por calcular o reajuste da tarifa de energia, levando em conta os custos, os encargos, os efeitos financeiros e as medidas mitigadoras. A agência ainda não concluiu as simulações sobre o cenário tarifário de 2023.
Neste ano, a tarifa de energia pesou no bolso dos consumidores. Segundo dados da Aneel, o reajuste médio somente para os clientes residenciais está em 11,35%. Em pelo menos nove distribuidoras, o reajuste foi igual ou superior a 20%.
Victor Iocca, diretor de energia elétrica da Abrace, associação que representa os grandes consumidores de energia, explica que em 2022 o consumidor teve de pagar parte dos elevados custos para geração de energia em 2021, quando o Brasil foi afetado por uma crise hídrica.
“2021 foi um ano de crise hídrica, para gerar energia foi muito caro. A gente ficou vários meses com usinas termelétricas ligadas, que custaram R$ 26 bilhões a mais, e boa parte desse valor entrou na tarifa dos [consumidores] cativos [atendidos por distribuidoras] em 2022. Agora não tem mais esse custo bilionário para 2023”, afirma Iocca.
A disparada da conta de luz neste ano fez com que o Congresso, com o apoio do governo, aprovasse medidas que pudessem reduzir a conta de luz imediatamente, caso da lei que determinou a devolução de tributos pagos a mais por consumidores de energia no passado e o estabelecimento de um teto de 18% para a alíquota do ICMS (imposto estadual) que incide sobre a tarifa de energia elétrica.
Se em 2022 o reajuste da conta de luz foi um problema, para 2023 o cenário é positivo.
"As perspectivas para evolução da tarifa de energia elétrica no ano de 2023 são muito positivas para o consumidor", avalia o professor Nivalde de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
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