FIM DO AUXÍLIO EMERGENCIAL DERRUBA RENDA DE 1,2 MILHÃO DE POTIGUARES
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Fila para atendimento na agência da Caixa da Av. João Medeiros Filho - Foto: José Aldenir/Agora RN
O fim do auxílio emergencial liberado pelo governo federal na pandemia de Covid-19 coloca um ponto de interrogação no planejamento dos potiguares, que sem a renda, terão de se desdobrar para enfrentar endividamento, desemprego e falta de condições básicas de sobrevivência. Somente no Rio Grande do Norte, mais de 1,2 milhão de pessoas tiveram a renda impactada pelo fim do auxílio. Ao todo, foram 1.269.615 potiguares beneficiados com as parcelas.
É o caso de Lucrécia Alves que viu sua renda despencar em 90% de maio de 2020 a janeiro deste ano. Ela recebeu cinco parcelas do benefício de R$ 1.200 para mães chefes de família e quatro parcelas com metade do valor. Na segunda-feira 1º, Lucrécia fez o primeiro saque de R$ 130, que é o valor referente ao Bolsa Família. O auxílio emergencial foi encerrado oficialmente em 29 de dezembro de 2020.
Mãe de dois filhos, ela vive em São Gonçalo do Amarante, Região Metropolitana de Natal, e faz “bicos” de diarista, mas viu a demanda reduzir drasticamente por causa da pandemia. “Meu filho mais novo nasceu no meio da pandemia, então também por causa disso eu não podia trabalhar. O auxílio ajudava muito porque agora a gente depende da ajuda de familiares para completar a renda, às vezes peço um leite emprestado à vizinha e assim a gente vai. Meu marido está na mesma situação porque ele faz ‘bicos’, mas na pandemia ficou muito difícil. Tem dia que ele consegue uns serviços, ganha uns R$ 30 e assim a gente vai”, disse.
Lucrécia Alves – Foto: José Aldenir/Agora RN
A família de Lucrécia está entre as que tiveram um rápido aumento no poder de compra por causa do auxílio, mas que logo retornaram à condição pré-pandemia, agora com o agravante da crise econômica generalizada. Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) observou, durante sete meses, o impacto do auxílio emergencial em lares potiguares. A média do rendimento dos domicílios no Rio Grande do Norte atingiu maior valor em julho e caiu pela metade em novembro.
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