"DEVEMOS ATINGIR AS 400 MIL MORTES AINDA EM ABRIL", DIZ PRESIDENTE DO CONASS
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O presidente do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e secretário de saúde do Estado do Maranhão, Carlos Lula, acredita que o Brasil deve bater a marca de 400 vítimas de covid-19 ainda em abril. Ele concedeu entrevista ao Poder360 na 4ª feira (14.abr.2021). “Se continuarmos com a média móvel acima de 2.000 mortos, é muito provável que cheguemos aos 400 mil óbitos”, afirma.
Carlos Lula vê com cautela a abertura da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid-19. “Poderíamos estar gastando energia de outras formas”, diz. De acordo com ele, o que atrapalha o país é a constante instabilidade política. “O problema não é a CPI, é a instabilidade política que tomou esse um ano de pandemia”, afirma.
O presidente do Conass fomenta a tese de que uma CPI ampla que investiga muitos entes federativos “não investiga nada”. “Continuaremos batendo cabeça com a CPI”, diz.
Lula falou também diz que o Brasil é “um dos piores países no enfrentamento da pandemia e isso precisa ser dito com clareza”. “Não chegamos a esses números sem método. Houve um método. Não só erros, foram cálculos políticos, e esses cálculos políticos estão dando resultados”, diz.
O secretário defendeu que o país precisar aumentar a velocidade da imunização e também adotar medidas uniformes, ou seja, conjuntas, com um único discurso. “Nesse momento, o que mais precisamos é vacinar mais e mais rápido. […] Se não adotarmos medidas uniformes no país, com método, é muito difícil que nós controlarmos a doença”, aponta.
Entre as maiores dificuldades dos secretários de saúde, a avaliação de Carlos Lula é que o desacerto na condução da pandemia no país e os discursos das autoridades atrapalha bastante. “Eu tenho resistências até hoje em pessoas de tomar a vacina”. O presidente do Conass fala que o discurso, principalmente do presidente da República, impacta a sociedade. “O discurso da maior autoridade da República tem muito eco na sociedade. E ele faz toda a diferença quando a gente vai atender as pessoas”.
Carlos Lula também criticou o discurso do presidente sobre a diferença entre a distribuição de doses a aplicação. O presidente do Conass explicou como é feita a logística da distribuição das vacinas. “Primeiro que quem vacina é o município, é o prefeito. Os Estados distribuem a vacina. E os Estados têm distribuído as vacinas em 24 horas. Chega a vacina aqui, em geral demoraria 3 semanas para entregar, porque eu tenho uma rotina de entrega de vacinas. Eu faço isso com um caminhão. Eu estou fazendo isso por via aérea.”
Ele também reconhece que o ritmo poderia ser mais ágil, mas avalia que as prefeituras estão trabalhando no limite possível. “A velocidade dos municípios não é ideal? Não, infelizmente não é a ideal. Mas é o máximo que se tem feito. Eu posso pegar no Norte, pessoas que descem 2, 3 dias de rio para vacinar 10 pessoas. Isso acontece”, conta.
O presidente do Conass diz ainda que a culpa de os brasileiros não terem mais vacinas disponíveis, é do presidente da República. “A responsabilidade de não termos mais vacinas hoje é do presidente da República, que rejeitou lá atrás doses da Pfizer, do Butantan e outras vacinas lá no 2ª semestre de 2020. Ele usa cortina de fumaça para se eximir de sua responsabilidade”, afirma.
Confira matéria completa no Poder360.
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