O ABC chegou ao seu 12º jogo seguido sem vitória na Série B do Campeonato Brasileiro. O Alvinegro perdeu do Tombense por 3 a 0, nesta quinta-feira (7), fora de casa. A partida marcou a estreia do técnico Argel Fuchs no comando do time potiguar. Os gols da partida foram marcados por Fernandão, no primeiro tempo, enquanto Matheus Frizzo e Alex Sandro deram números finais ao confronto na segunda etapa. Com a derrota, o ABC segue na última posição do campeonato, com 16 pontos conquistados após 27 rodadas. O time está a 11 pontos do primeiro fora da zona de rebaixamento, o Avaí. Já o Tombense chega aos 25 pontos e pode sair da área de descenso na próxima rodada. O ABC volta a campo na próxima sexta-feira (15), em partida contra o Sport, no Frasqueirão. O confronto está marcado para as 21h30.
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MICROEMPRESAS FATURAM 30% DO MERCADO DE ÁGUA MINERAL NO RN
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Espalhadas por diferentes localidades e chamadas popularmente de “Disk água”, cerca de 2.000 microempresas distribuidoras de água mineral atuam no Rio Grande do Norte por meio do fornecimento ao consumidor final, ao mesmo tempo que movimentam a cadeia produtiva da indústria de água mineral potiguar. No Estado, o faturamento do segmento cresceu 24% de 2021 para 2022, saindo de R$ 60 milhões para R$ 74 milhões. Os microempreededores respondem por um terço desse volume, cerca de R$ 24,5 milhões. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Águas Minerais (Abinam).
Ao todo, cerca de 70% da água envasada pelas fornecedoras é levada à população pelas microempresas distribuidoras. Segundo Carlos Alberto Lancia, presidente da Abinam, além do serviço prestado ao consumidor, esses negócios também são responsáveis pela abertura de postos de trabalho e renda. “Eles fazem um papel muito importante e, ao mesmo tempo, são gerados muitos empregos com isso”, destaca.
O potiguar Luiz Antônio da Silva, de 45 anos, é um dos responsáveis por fomentar essa cadeia. O microempreendedor começou a trabalhar na distribuição de água mineral em 2008, após ser demitido do trabalho de operador de máquina, e hoje administra o estabelecimento Tonho do Gás com o apoio de dois funcionários. O espaço fica no centro de Arês, a cerca de 61,2 km de Natal, e já tem clientela fidelizada na região por meio da distribuição de água e gás.
O caminho para o cenário, contudo, exigiu muito suporte e pesquisa de mercado. Segundo o microempreendedor, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) do RN foi essencial tanto no suporte inicial para entender o mercado de bebidas quanto no acompanhamento por meio de capacitações. “Se você não tem o apoio hoje do Sebrae, você entra no mercado sem entender”, afirma o empreendedor.
E foi aliando conhecimento teórico e prático que Luiz Antônio começou a empreender em um pequeno depósito voltado apenas à venda de garrafões de água mineral de 20 litros e, após dois anos, passou a também contemplar a venda de gás em uma novo espaço. Na visão dele, o comércio é uma boa área para se investir, mas exige esforços. “É preciso saber como é o mercado, preço e qualidade. Aí você vai para a frente. A divulgação também é muito importante”, destaca.
Como muitos empreendedores, precisa ser multifunção e dividir o tempo entre administração, comunicação e transporte dos produtos. Mas a correria não o impede de prezar por um fator primordial em qualquer negócio: a relação com o cliente. Na perspectiva de Luíz Antônio, é preciso transmitir seu caráter e alegria junto ao público. “É muito bom demonstrar certo carinho com a clientela e ganhá-la com quem você é”, enfatiza com confiança.
Da área de TI ao mercado distribuidor de água
Natural de Juiz de Fora, Minas Gerais (MG), Robert Rocha, de 33 anos, também encontrou em solo potiguar uma oportunidade para empreender. Formado em Gestão Financeira e com experiência na área de Tecnologia da Informação (TI), conta que resolveu sair de sua cidade natal com o objetivo de conhecer novos lugares e buscar qualidade de vida. Em 2017, chegou em Natal, onde resolveu se estabelecer e trabalhou para dar vida a sua empresa: a Distrix Distribuidora Express - Água Mineral, Gelo e Carvão em Ponta Negra e Capim Macio, eleita melhor distribuidora da capital por dois anos seguidos.
A princípio, o plano do mineiro era continuar trabalhando na área de TI, mas percebeu que o mercado local não se encaixava com sua forma de atuação. “Todas as vezes que eu ia na janela e pedia alguma orientação a Deus, eu via um motoqueiro com água mineral chegando”, compartilha sorrindo. Foi então que uniu a fé à visão de mercado e resolveu apostar na venda de água mineral em virtude da recorrência do produto.
No fim de 2017, realizou uma campanha na região do condomínio em que mora, em Natal, com 20 garrafões para teste. “Então eu vi que começou a aparecer um pedido aqui, um pedido dali, e pensei ‘cara, isso vai dar certo’. Só que eu não tinha um veículo para a entrega, porque a minha intenção era trabalhar dentro do condomínio que eu morava. E o nosso [da empresa] primeiro cliente, de fato, foi o meu condomínio e depois alguns moradores”, relata Robert.
Com êxito na aposta inicial, o empreendimento começou a tomar forma, tendo como primeiro depósito o fusca do empreendedor. Na medida em que a demanda crescia, foram realizadas mudanças por quatro lojas físicas até chegar ao estabelecimento atual da Distrix Distribuidora Express na zona Sul de Natal. Hoje, os principais clientes da distribuidora se concentram nos bairros de Capim Macio e Ponta Negra, sendo formado majoritariamente por pessoas jurídicas.
Apesar da experiência no ecossistema mercadológico, Robert Rocha demonstra a necessidade de não estacionar, seguir em busca do aperfeiçoamento e prezar pela relação junto ao público-alvo. “É preciso cuidar de si, mas também cuidar do próximo porque o nosso trabalho é o cuidado com o cliente. Ser empreendedor em nosso país, especialmente, é muito difícil. Mas os que estão dispostos a seguir esse caminho terão dificuldade no início, mas lá na frente vão começar a colher os frutos porque tudo é difícil no início”, finaliza.
Aos 39 anos, o microempreendedor Angelo Macedo conhece bem as adversidades que atravessam a atividade empreendedora. Assim como Luiz Antônio da Silva, a demissão do trabalho foi um dos principais indutores de seu negócio. Em 2018, buscando uma forma de sustento para a família, começou a trabalhar com a distribuição de água mineral apenas com seu caminhão e acumulava todas as funções da atividade.
Atualmente, a empresa do microempreendedor, a 3A Distribuidora de água Mineral, já tem um estabelecimento na zona Leste de Natal e cinco funcionários. Neste ano, especialmente, ele comemora a retomada gradual das vendas após quase dois anos de dificuldades. “Em 2021 passei por um grande aperto financeiro. Não sou um bom administrador, mas sou bom de logística”, reconhece.
Vindo de uma família de comerciantes e com ensino fundamental incompleto, o microempreendedor demonstra ser graduado quando o assunto é atender o cliente com agilidade e segurança. Para o futuro da sua distribuidora, almeja ampliar o leque de produtos disponibilizados aos seus consumidores, em sua maioria concentrados nos bairros Cidade Alta, Rocas e Petrópolis. Até lá, deixa claro um de seus maiores combustíveis: “A gente procura uma realização financeira, se realizar profissionalmente, dar um conforto para a família e dar um emprego para quem precisa”, finaliza.
Sebrae RN apoia a formalização dos negócios
Para que possam atuar regularmente no ramo de água mineral, os microempreendedores precisam formalizar o seu negócio e buscar maneiras de se capacitar. O Sebrae, nesse sentido, atua com orientações técnicas para que o empresário possa se formalizar, tornar-se uma pessoa jurídica e entrar no mercado de trabalho. Horácio Barreto, gestor responsável pelo atendimento às indústrias de alimentos e bebidas do Sebrae RN, observa que mesmo os microempreendedores precisam conhecer as noções básicas sobre gestão empresarial.
“É importante que aquela pessoa que deseja empreender no segmento de água mineral tenha o mínimo de conhecimento sobre o setor, ou seja, quais as exigências que se tem para poder atuar conforme a lei”, orienta. Somado a isso, o estabelecimento físico das distribuidoras também são um ponto de atenção, pois após o envase a água é considerada um alimento. Isso significa que ela precisa estar bem acondicionada, atendendo aos protocolos dos órgãos de saúde e vigilância sanitária.
A regularização dos pequenos negócios pode ser realizada online, presencialmente no Sebrae ou em escritórios nas cidades regionais do estado. O procedimento exige que o empreendedor entregue identidade e comprovante de residência. A depender do tamanho e da atividade do negócio, o empreendedor torna-se um microempreendedor individual (MEI), ou formaliza uma micro ou pequena empresa.
“Após a formalização, dependendo das necessidades do empresário, ele pode continuar utilizando os serviços do Sebrae-RN para melhorar a sua gestão e até apresentar e elaborar planos de negócio para obtenção de crédito junto às instituições oficiais de crédito”, enfatiza Horácio Barreto.
Pequenos: estratégicos na entrega
O presidente do Sindicato das indústrias de cervejas, refrigerantes, águas minerais e bebidas em geral do RN (Sincramirn), Joafran Antonio Guedes Nobre, destaca o papel do ecossistema da indústria de água mineral na geração de emprego e renda. “Hoje a Indústria de água mineral está estabelecida no RN há mais de 50 anos. A gente tem 22 empresas e mais de 1.500 empregos diretos e mais de 10.000 indiretos entre distribuidores, disks, revendedores e transportadores”, pontua.
No que se refere aos microempreendedores, ele chama atenção para o papel exercido por eles na entrega de água mineral com qualidade e segurança à população. “Nas fontes, a legislação sanitária é muito rigorosa e isso faz com que o produto tenha uma garantia de qualidade ao sair das indústrias. A partir disso, cabe aos transportadores e pequenos comerciantes, o bom manuseio do produto para que chegue ao consumidor final”, explica.
Roberto Serquiz, sócio proprietário da tradicional empresa Água Santa Maria e presidente eleito da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern), aponta que os microempreendedores exercem papel significativo na distribuição dos garrafões de 20 litros de água mineral. Em sua fornecedora, dos cerca de 130 distribuidores cadastrados cerca de 70% são microempreendedores.
Na atuação da Naturágua, uma das sete empresas do Grupo Telles, a distribuição dos garrafões retornáveis de 10 litros e 20 litros no RN só funciona com a cadeia estruturada dos pequenos empreendedores. É o que aponta Aline Chaves, vice-presidente de operações do Grupo Telles. “O nosso forte [no RN] são os mercadinhos, os disks e as conveniências que atendem o consumidor e sem isso você não pulveriza o produto e não o enraiza”, explica. Hoje, mais de 70% da distribuição da empresa no estado é feita pelos pequenos negócios.
Estadão A maioria da população brasileira (57%) considera que o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado na Operação Lava Jato, é culpado dos crimes atribuídos a ele. O País, porém, está rachado em relação à prisão do petista: 50% são a favor e 46% são contra. Os dados são de pesquisa do instituto Ipsos. “Os resultados mostram que a Lava Jato continua com alto suporte da população e que a prisão de Lula não encerra esse anseio”, disse o diretor do Ipsos, Danilo Cersosimo. “Além disso, a polarização do País em torno da figura de Lula segue alta.”
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