Plateia gritou 'Fora Dilma' algumas vezes durante pronunciamentos.
Convenção deve marcar desembarque do PMDB do governo.
Do G1, em Brasília
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Delegados do PMDB reunidos na convenção nacional do partido em um hotel, em Brasília (Foto: Filipe Matoso / G1) |
A convenção nacional do PMDB teve início neste sábado (12) com discursos em defesa do impeachment da presidente Dilma Rousseff e de maior protagonismo do partido na política nacional. Os primeiros a se pronunciar foram de representantes do PMDB sindical e presidentes de diretórios estaduais. Durante os discursos, a plateia gritou “Fora, Dilma” em vários momentos.
O encontro de peemedebistas deve marcar a recondução para um novo mandato na presidência do partido o vice-presidente da República, Michel Temer, candidato único. Além disso, deverá ser o primeiro passo para a saída do PMDB do governo. Os convencionais devem aprovar um "aviso prévio” de 30 dias do partido no governo Dilma Rousseff. Nesse prazo, o diretório nacional a ser eleito neste sábado se reunirá e tomará a decisão final.
O 1º secretário do PMDB, Geddel Vieira Lima, que foi ministro do goveno Lula, defendeu o rompimento "imediato" do PMDB do governo e disse que a presidente Dilma não tem mais condições de governar. "Se a primeira mulher presidente da República perde as condições de ir à televisão no dia internacional da Mulher com medo que as panelas pipoquem, que autoridade de governança tem mais? Nenhuma. Esse é o símbolo de que basta", afirmou.
Geddel leu uma moção que pede o rompimento do PMDB do governo Dilma Rousseff e a saída dos peemedebistas que ocupam ministérios. Ficou definido que o diretório nacional, que será eleito neste sábado, ficará responsável por se posicionar, em 30 dias, sobre as moções apresentadas durante o evento.
Contrário à posição de decidir só em 30 dias sobre a saída ou não do governo, o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) também apresentou uma moção pelo rompimento com o PT e defendeu que a convenção nacional já tome uma decisão sobre o caso neste sábado.
“Há uma tentativa de jogar barriga para frente e não decidir. Estamos decidindo que daqui a 30 dias o diretório vai decidir. Essa é a tática da não decisão. O povo está olhando para nós. Vamos sair de cabeça baixa, envergonhados porque o PMDB não tomou atitude nenhuma? Hoje é o dia em que ou temos momento histórico ou talvez um dos mais pífios de toda a trajetória do PMDB”, defendeu.
A senadora Marta Suplicy (PMDB-SP), que em 2015 deixou o PT e se filiou ao PMDB, também defendeu neste o rompimento do partido com o governo Dilma Rousseff e disse que a presidente "não dá conta do recado".
"O PMDB leva o Brasil a dizer 'não' a um governo corrupto incompetente. Uma presidente que não dá conta do recado, uma presidente isolada e que não consegue governar o país", disse a senadora. Marta disse, ainda, que o PT "esfarelou a economia brasileira" e disse que "o impeachment da presidente vem tarde".
Na convenção, o deputado Alceu Moreira (PMDB-RS) se referiu à presidente Dilma Rousseff como um “esqueleto andante que não preside mais o país”. O deputado afirmou que a petista teve sua autoridade “destituída pela nação” e foi aplaudido pela plateia.
A deputada estadual Vanessa Damo, presidente estadual do PMDB Mulher, pediu que os peemedebistas participem das próximas manifestações contra o governo Dilma.
“Vamos [...] mostrar que não estamos contentes com o governo Dilma. Queremos que Michel Temer conduza os rumos do nosso país. Não é o momento de ficar em casa, é o momento de ir às ruas. Vamos amanhã às ruas, pintar o rosto. Michel Temer presidente!”, discursou a deputada. A fala foi acompanhada por vários gritos de “Fora, Dilma” e “Brasil, para frente, Temer presidente”.
Na convenção, o deputado Carlos Marun (MS) seguiu a linha crítica ao governo da presidente Dilma e afirmou que o PMDB precisa “derrubar” a petista. “Nós precisamos ser protagonistas deste processo. Raras vezes um partido teve a oportunidade em uma convenção de definir o futuro do governo. Não sejamos os companheiros deste cadáver insepulto”, declarou.
Temer na presidência do partido A convenção deverá ser o primeiro passo para a saída do PMDB do governo, além de reconduzir para um novo mandato na presidência do partido o vice-presidente da República, Michel Temer, candidato único.