|
Delegada Ana Cláudia Saraiva |
A Polícia Civil do Rio Grande do Norte tem déficit de 70% no
número de agentes e escrivães. Das 5.150 vagas destinadas ao corpo policial,
apenas 1.480 estão hoje preenchidas, segundo a delegada geral do Estado, Ana Cláudia
Saraiva, que está há quase dois meses no cargo.
Segundo ela, o contingente de policiais é, atualmente, o maior empecilho para uma maior eficiência dos serviços prestados de investigação criminal. Além disso, a instituição também sofre com insuficiência de recursos.
“O principal desafio é em relação aos recursos financeiros. Estamos procurando recursos em Brasília. Já estive, por duas vezes, na Secretaria Nacional de Segurança Pública”, diz a delegada geral, durante entrevista para o programa “Agora em Debate”, da rádio Agora FM (97,9 FM).
De acordo com a Lei Estadual 417/2010, que define a
constituição da Polícia Civil no Rio Grande do Norte, o corpo efetivo de
policiais deveria ser de cinco mil profissionais, mas hoje, segundo Ana Cláudia
Saraiva, apenas 30% dos cargos estão ocupados. “Se considerarmos o aumento
populacional, a explosão da violência e o avanço das facções criminosas, o
déficit pode ser ainda maior”, considera.
Ainda segundo a
delegada geral, para suprir a ausência de servidores, isso enquanto o concurso
para a Polícia Civil não é realizado, é o fortalecer a integração das forças de
segurança. “Temos que melhorar e implementar uma segurança pública. Por isso, é
muito importante continuar com a integração das forças de segurança. O milagre
não é de um santo só”, aponta.
Ela comemorou os números obtidos no primeiro mês de gestão
Fátima Bezerra. O Rio Grande do Norte apresentou queda de 43% no número de
crimes no primeiro mês de 2019, quando comparado ao mesmo mês em 2018, de
acordo com a Coordenadora de Informações Estatísticas e Análises Criminais
(Coine). Foram registrados 161 casos no primeiro mês de 2018, contra os 91 dos
primeiros 31 dias de 2019.
O concurso da Polícia Civil foi iniciado em 2018, mas, em
razão de falhas no edital, o Governo do Estado decidiu suspender todo o
processo. Em 8 de janeiro, a Secretaria Estadual de Administração e Recursos
Humanos (Searh) criou uma nova comissão para gerir o concurso, que ainda não
tem prazo para acontecer. A seleção vai abrir vagas para 1 mil novos agentes.