SETOR DA POLÍCIA FEDERAL QUE INVESTIGA AUTORIDADES ESTÁ ESVAZIADO
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Recentemente, a vaga foi preenchida, mas foi preciso “importar” um policial que estava no sul do país e que tem apenas três anos de experiência.
O número de delegados do CINQ, como é conhecido o setor, é o mais baixo dos últimos anos e representa metade do efetivo que havia no início do governo de Jair Bolsonaro.
Quando a PF era comandada pelo delegado Maurício Valeixo, a coordenação contava com oito delegados. No auge da Operação Lava Jato, em 2016, chegou a ter onze.
O setor é o responsável por investigar integrantes do Congresso, ministros do governo, do Supremo Tribunal Federal e o presidente da República.
Depois que o STF decidiu restringir o foro privilegiado em 2018, para crimes ocorridos no exercício do mandato, o número de delegados do setor começou a ser reduzido.
Mesmo assim, investigadores que já trabalharam no setor dizem que o número atual de delegados está aquém do necessário. Além disso, o CINQ perdeu prestígio no atual governo e tem repelido bons profissionais diante dos sucessivos episódios de interferência política na PF.
O próprio delegado Bruno Calandrini já havia pedido para ser transferido porque estava insatisfeito. O pedido foi apresentado antes da operação envolvendo o escândalo do MEC, que resultou em mais uma suspeita de interferência do governo Bolsonaro na corporação, com o suposto vazamento da investigação sobre o ex-ministro para o presidente da República.
Diante da escassez de quadros, a PF decidiu recentemente concentrar no CINQ apenas os inquéritos que tramitam no STF e enviar as investigações que estão no Superior Tribunal de Justiça para as superintendências regionais, para desafogar o setor.
Metrópoles
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