MAIORIA DO PSDB-SP DECLARA APOIO A LULA NO SEGUNDO TURNO
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A maioria do diretório estadual do PSDB de São Paulo anunciou apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno da eleição presidencial. A decisão, divulgada em nota nesta segunda-feira, contraria o posicionamento do governador tucano Rodrigo Garcia, que apoia o presidente Jair Bolsonaro (PL).
A deliberação ocorreu em reunião do diretório do PSDB-SP realizada no último sábado. Nomes como os ex-senadores Aloysio Nunes e José Aníbal e o presidente municipal da legenda na capital, Fernando Alfredo, declararam apoio ao ex-presidente petista. Não houve uma votação, mas todos os integrantes da executiva foram consultados individualmente.
— A manifestação da maioria do diretório estadual do PSDB de São Paulo tem como base a defesa da democracia, bandeira histórica do partido desde a sua fundação — disse Carlos Balotta, secretário-geral do PSDB-SP, ao GLOBO.
Após publicação da reportagem, a assessoria do presidente estadual do partido, Marco Vinholi, negou a adesão oficial. Segundo Vinholi, o diretório liberou o apoio dos filiados.
Ex-tucano e candidato a vice de Lula, Geraldo Alckmin (PSB) foi um dos principais articuladores para viabilizar essa declaração de apoio, que também deve se estender ao diretório do PSDB na capital.
Na segunda-feira após o primeiro turno, Alckmin enviou mensagens para integrantes dos diretórios da capital e do estado e começou trabalhar para que os tucanos paulistas declarassem voto em Lula. Entre os petistas, o candidato ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, e o prefeito de Araraquara Edinho Silva também integraram o movimento para atrair o PSDB.
Em um primeiro momento, Alckmin mandou auxiliares para conversas iniciais com dirigentes dos dois diretórios. Depois, o próprio esteve pessoalmente em dois encontros. Para ajudar a viabilizar a declaração de apoio do PSDB da cidade de São Paulo, o ex-governador se comprometeu com uma agenda cara a sigla na capital — a manutenção dos repasses do governo federal, em caso de vitória de Lula, para projetos que estão no plano de governo elaborado por Bruno Covas.
Na campanha de Lula, a leitura é de que é o apoio do PSDB em São Paulo é importante em um estado onde Bolsonaro poderá ampliar a diferença para Lula no segundo turno e o grupo de Alckmin se articula para segurar os votos do petista.
A manifestação do PSDB-SP ocorre quase três semanas após o PSDB liberar diretórios e filiados para apoiarem Lula ou Bolsonaro. Com isso, o PSDB paulista apoiará Lula nacionalmente e o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) na disputa estadual.
Segundo dirigentes do partido, não há contradição em apoiar Lula e Tarcísio, que é o candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL) na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes. Isso porque Tarcísio não é considerado um bolsonarista ferrenho nem mesmo em seu grupo político. E também não é visto como uma ameaça à democracia.
Haddad, por outro lado, deixou a prefeitura mal avaliado e sem ter criado um bom diálogo com o partido. De acordo com tucanos paulistas, o ex-prefeito é tido dentro da legenda como uma pessoa “difícil de lidar”.
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