A Associação Brasileira de Indústria de Hotéis (ABIH) estima uma ocupação média de cerca de 75% na rede hotéis no Rio Grande do Norte para o fim deste ano. De acordo com a associação, espera-se ainda que os números representem um aumento entre 10% e 12% em comparação ao mesmo período do ano passado. Os dados demonstram crescimento no setor, levando em consideração as ocupações dos anos de pandemia (2020-2021), que deve se estabelecer em 2023.
A estimativa é baseada na quantidade de reserva de cada hotel para este período, explica o presidente da ABIH, Abdon Gosson. “A gente liga para os hotéis, que tem o sistema de reserva e eles vão dizendo. Tem hotéis que já estão com 100%”, comenta. Ainda de acordo com ele, os números reais serão compilados no começo de janeiro de 2023, quando o período de festas passar.
O presidente informa também que a expectativa é dentro do esperado pelo setor. “Ela [a ocupação] está dentro do que a gente esperava e já é alta essa média. Muitos hotéis vão estar 100% ocupados”, diz. Abdon afirma que esse é um reflexo natural da estabilização do turismo tanto no RN, quanto no mundo, após o período mais intenso da pandemia e que os números devem ser melhores em 2023, sendo consolidada a estimativa.
“Isso é um reflexo natural, porque estamos esperando desde a pandemia. A retomada em 2021, o crescimento em 2022, como está acontecendo. De julho para cá o crescimento tem sido constante, todos os meses tem sido um melhor do que o outro, e a consolidação, ou seja, voltar ao normal ou melhor do que 2019, em 2023. Está dentro do planejado a nível mundial. Dentro da nossa expectativa o mercado está se comportando como deveria”, diz o presidente da ABIH.
Como a estimativa desenvolve uma média da ocupação em cada estabelecimento, é possível que alguns hotéis não atinjam a ocupação prevista para este ano. De acordo com o presidente da ABIH, podem estar abaixo da média de ocupação, hotéis com maiores números de hotéis ou quartos, que em consequência, precisam de mais hospedes para ficarem lotados. “Vai ter hotel até com 60%”, diz.
Esse lado é percebido pelo presidente do Sindicato da Indústria de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do RN (SHRBS), Habib Chalita. Nesta perspectiva, ele afirma que a ocupação não é satisfatória. “Não é o esperado, o que a gente queria. Não sabemos se o setor irá atingir a normalidade, que é os 80%, dentro do RN”, afirma. “A gente faz uma perspectiva em cima da quantidade de reservas, e as reservas não estão chegando”, complementa.
Ele conta que se baseia em relatos que recebe dos empresários do ramo e, embora os números para o réveillon ainda sejam animadores para a rede praiana de hotéis, nas cidades com programações tradicionais nesta época do ano, como Natal e Pipa, o interior do Estado ainda enfrenta dificuldades. “A gente não sobrevive só de hotelaria praiana, também tem o resto do RN que tem sua hospedagem. Venho conversando com alguns hoteleiros e eles dizem que não está dentro da expectativa”, comenta.
Habib Chalita aguarda, ainda, a consolidação dos números do mês de janeiro, um dos principais na alta estação do turismo potiguar. “Isso pode durar durante a primeira semana ou durante os 15 dias, mas a gente não sabe durante o mês qual vai ser a ocupação”, diz.
Turistas consideram Natal “muito convidativa”
Na ultima semana do ano já é possível encontrar boa movimentação de turistas nas praias do Estado, principalmente em Ponta Negra, cartão postal do RN. Um grupo de visitantes de João Pessoa (PB) já perdeu as contas de quantas vezes esteve na capital potiguar para passar este período do ano. A professora Francisca Vânia, de 60 anos, faz parte do grupo que aprecia as paisagens das praias potiguares.
“Já vim várias vezes, não faz nem 15 dias que estive em Pipa. Eu amo. O mar aqui é belíssimo e Natal é muito convidativa. Eu acho que os turistas sempre retornam”, comenta. Ela, na companhia dos amigos de viagem, estão hospedados em Natal. “A estadia tem sido maravilhosa”, completa. Pretende comemorar o aniversário do marido, o contador, Severino Almeida, de 64 anos, na companhia dos amigos, os jornalistas Fátima Costa, de 62 anos, e Arlindo Júnior, de 60 anos.
Enquanto companheiros de viagem comentam a estrutura de Natal para receber os visitantes. “Estávamos comentando a pouco de como aqui é diferente na questão turística, ainda de João Pessoa. Aqui a gente ainda está engatinhando. Aqui já tem toda uma estrutura bem bacana”, diz Arlindo. Pretendem retornar à Paraíba no final de semana do réveillon.
A dona de casa, Andreia Carvalho, de 47 anos, está em Natal pela segunda vez este ano. Na primeira vez que que esteve na cidade, não conseguiu aproveitar as atrações por ser o começo da pandemia, em 2020. “A gente decidiu vir dessa vez, não está melhor, ainda estamos assustados, mas a gente está curtindo melhor”, diz. Ela passou cinco dias na Praia de Pipa, junto com o marido e está em Ponta Negra há três dias. “Amei desde a primeira vez que a gente veio. A região de Natal não tem comparação”, completa.
Além deles, a assistente de gabinete, Cíntia Fernandes, de 21 anos, e a estudante Lara Fernandes, de 21 anos, que vieram de Belo Horizonte para passar o réveillon na cidade, comentam que a experiência de visitar Natal tem sido satisfatória. “Nós viemos em 2017 e agora estamos voltando. É sempre uma ótima experiência. Acho aqui um lugar muito bom em questão de custo benefício”, comenta Cíntia.
No País, rede hoteleira terá lotação máxima
De acordo com levantamento da ABIH Nacional, esta temporada deve trazer ocupação máxima em diversos destinos brasileiros. Na Região Nordeste, Salvador e Porto Seguro (BA) já apresentam ocupação máxima, bem como Porto de Galinhas (PE). A Bahia alcança ocupação de 95% e a Grande Recife aparece com cerca de 90%.
No Centro-Oeste, devido a posse do novo presidente da República, hotéis de Brasília apresentam ocupação também de 90% para o réveillon. Ainda de acordo com a associação, alguns estabelecimentos já estão com 100% dos quartos reservados. Entre os estados com menores taxas de ocupação, estão Mato Grosso (50%) e Tocantins (45%).
No Rio de Janeiro, de acordo com pesquisa do Sindicato dos Meios de Hospedagem (HotéisRIO) a média de ocupação registra, até o momento, 80,7% para o período de 30 de dezembro a 1º de janeiro de 2023. A expectativa é superar a média de ocupação do ano passado, que girou em torno de 92%, no mesmo período, e chegar a 98% dos quartos ocupados. Os bairros mais procurados são Leblon e Ipanema (89%), Leme e Copacabana (88,9%), Barra da Tijuca e São Conrado (82%), Flamengo e Botafogo (72,5%) e Centro (61,3%).
