NÃO HÁ INTERFERÊNCIA POLÍTICA NA ANVISA, DIZ DIRETOR-PRESIDENTE
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Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo |
O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, afirmou nesta sexta-feira que o processo de certificação das vacinas pelo órgão é pautado por critérios exclusivamente técnicos. Segundo ele, a recente suspensão dos testes da vacina CoronaVac foi decidida pela comissão interna formada por 18 especialistas da agência, sem passar pela diretoria.
“Sobre intervenção [política] na agência, são duas palavras: não há”, afirmou o presidente da Anvisa, durante audiência da Comissão Mista da Covid-19 do Congresso Nacional que discute a condução dos estudos clínicos relacionados à vacina.
Barra disse que não houve interferência da parte dele nem da então diretora Alessandra Bastos Soares, lembrando que, na agência, “não há subordinados, mas organograma”. Ele chegou a citar que relação de subordinação existe na Marinha, por exemplo, onde construiu carreira.
Sobre as atividades de inspeção que serão realizadas por técnicos da Anvisa na China, o presidente da agência informou que os trabalhos não começarão na próxima semana, pois os especialistas precisam cumprir 14 dias de quarentena no território chinês.
Barra afirmou que, após a liberação de vacinas, a Anvisa inicia o monitoramento de eventuais “anomalias” e “sequelas”. “O trabalho da Anvisa não vai parar quando conceder o registro. Esse é um trabalho de médio e longo prazo, haverá o acompanhamento”, disse.
Segundo ele, a verificação dos “efeitos improváveis e extremamente raros” faz parte da rotina de trabalho de qualquer agência. “Em nenhum lugar do mundo uma agência reguladora liquida a fatura com a concessão do registro”, disse.
Barra também disse que lamenta que a confidencialidade do paciente que participou dos testes da vacina CoronaVac, que em seguida veio a falecer, tenha sido “desconsiderada” e “desrespeitada”.
“Lamento que a confidencialidade nos últimos dias tenha sido desconsiderada e desvalorizada expondo, portanto, essa família e esse voluntário testador. É uma prática que por ofício nós da agência não podemos compactuar dela”, afirmou.
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