DIRETOR DA PF AFASTA DELEGADO QUE COORDENA ÁREA QUE INVESTIGA FILHO DE BOLSONARO
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O diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino, decidiu substituir o delegado Hugo de Barros Correia do cargo de superintendente do órgão no Distrito Federal. A informação foi divulgada pelos jornais Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo e pela TV GloboNews, além dos portais G1 e R7. A Polícia Federal ainda não confirma oficialmente a troca.
Esta é a superintendência do DF a responsável por dois dos principais inquéritos que hoje preocupam o presidente Jair Bolsonaro: o inquérito das fake news, que mira em aliados do presidente, e o que tem como alvo suposta prática de tráfico de influência envolvendo o filho “04”, Jair Renan.
Como superintendente, Correia não tocava tais investigações, mas coordenava o núcleo que apura os casos.
Para o lugar de Correia, Maiurino deve indicar um delegado do Rio de Janeiro, reduto da família Bolsonaro. O jornal O Estado de S. Paulo apurou que o delegado foi informado da “demissão” na noite de quinta-feira (7), por telefone, sem maiores explicações. Correia mal completou cinco meses no cargo – foi alçado à chefia da unidade da PF no Distrito Federal em maio, no início da gestão de Maiurino.
Segundo o Estadão apurou, a gota d’água foi a operação deflagrada nesta quinta-feira pela PF de busca e apreensão em endereço ligado a uma ex-estagiária do ministro Ricardo Lewandowski, que seria uma informante do blogueiro Allan dos Santos. O diretor-geral da PF soube da operação pouco antes da deflagração.
Investigação
A troca ocorre no momento em que a investigação que tem Jair Renan está bem avançada. A apuração envolvendo o filho “04” de Bolsonaro foi aberta em março e mira em supostos crimes de tráfico de influência e lavagem de dinheiro praticados por um grupo empresarial do setor de mineração e Jair Renan.
A proximidade entre o filho do presidente e outras companhias em outras ocasiões despertaram a atenção não só da PF e do Ministério Público Federal, mas também da CPI da Covid. Documentos obtidos pelo colegiado mostram que Jair Renan recorreu a ajuda de um lobista para abrir sua empresa privada em Brasília.
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