EMINÊNCIA DE MAIOR IMPACTO AMBIENTAL DO RN: PERÍCIA REVELA REDUÇÃO SIGNIFICATIVA DE VOLUME NA LAGOA DO BONFIM E RISCO DE EXTINÇÃO DE OUTRAS LAGOAS DA BACIA
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Foto: Reprodução |
A Promotoria de Justiça da Comarca de Nísia Floresta, na Grande Natal, enviou ao Ministério Público do Rio Grande do Norte um relatório de 98 páginas, com uma perícia realizada na Lagoa do Bonfim, em que alerta a situação do local desde a instalação da Adutora Monsenhor Expedito, que resultou na redução significativa no seu volume, de forma que os períodos de inverno não estão suprindo a necessidade de reposição hídrica do sistema. Além da famosa lagoa, outros cinco na região estão sob ameaça real de esgotar sua capacidade.
Segundo o estudo fundamentado em imagens de satélite e dados de monitoramento, o volume retirado pela CAERN e a evaporação natural, o balanço hídrico lacustre se mantém negativo nos últimos anos, comprometendo a recuperação natural deste ecossistema. Os impactos ambientais diagnosticados se dão inicialmente com a possível extinção de Lagoas de menor porte que compõe o Complexo Lagunar Bonfim que é formado pelas Lagoas Redonda, Boa Água, Ferreira Grande, Carcará e Urubu, o que poderia representar o maior impacto ambiental no Rio Grande do Norte.
O sistema Lacustre do Bonfim constitui-se numa pequena bacia, com aproximadamente 60 km² de área, sendo enquadrada pelo Instituto de Desenvolvimento do RN-IDEC como uma das unidades de escoamento difuso da faixa litorânea leste do Rio Grande do Norte. Seus limites hidrográficos são as bacias dos Rios Trairi (S-SW) e Pirangi (N-NW), que a cercam quase inteiramente, contribuindo para que sua área de drenagem superficial seja bastante reduzida.
A perícia da Promotoria de Justiça da Comarca de Nísia Floresta ainda destaca que visto que o uso desordenado da água segue comprometendo o nível da Lagoa do Bonfim que hoje se encontra muito abaixo da cota permitida, que não permite esta esboçar sinais de recuperação, esse dano em si afeta todo o ecossistema que depende dessa água para sua sobrevivência.
A perícia, por fim, diz que não é possível afirmar dentro do escopo do estudo qual o volume e escala da captação clandestina realizada pelos moradores do entorno, sendo assim, na ausência de informações não há condições técnicas e dados que respaldam qualquer conclusão a respeito da diminuição do nível da lagoa devido a esta atividade.
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