ABC É DERROTADO PELO TOMBENSE POR 3 A 0 E CHEGA 12 JOGOS SEM VITÓRIAS NA SÉRIE B

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  O ABC chegou ao seu 12º jogo seguido sem vitória na Série B do Campeonato Brasileiro. O Alvinegro perdeu do Tombense por 3 a 0, nesta quinta-feira (7), fora de casa. A partida marcou a estreia do técnico Argel Fuchs no comando do time potiguar. Os gols da partida foram marcados por Fernandão, no primeiro tempo, enquanto Matheus Frizzo e Alex Sandro deram números finais ao confronto na segunda etapa. Com a derrota, o ABC segue na última posição do campeonato, com 16 pontos conquistados após 27 rodadas. O time está a 11 pontos do primeiro fora da zona de rebaixamento, o Avaí. Já o Tombense chega aos 25 pontos e pode sair da área de descenso na próxima rodada. O ABC volta a campo na próxima sexta-feira (15), em partida contra o Sport, no Frasqueirão. O confronto está marcado para as 21h30.

EM 4 ANOS, QUASE 30 MIL CRIANÇAS NASCERAM DE MÃES ADOLESCENTES NO RN

 


Com o pequeno Gabriel no colo, Emily (nome fictício) demonstra uma maturidade pouco comum em sua idade. Aos 16 anos, além de adolescente, também é mãe de primeira viagem. Embora os desafios de uma gravidez precoce sejam muitos, ela compartilha: “Eu encaro o processo por conta dele”, em referência ao filho de apenas três meses. Para ela, o suporte  familiar tem feito toda a diferença, seja na rotina de cuidados com o bebê, ou no estímulo para reacender outras áreas de sua vida. O cenário não é isolado e soma-se a uma realidade corriqueira entre adolescentes. Em quatro anos, 27.255 crianças nasceram de meninas de 10-14 anos e 15-19 anos no Rio Grande do Norte.

Na maioria dos casos, tratam-se de meninas vindas de situação de vulnerabilidade social. Os dados foram coletados por meio do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos  (SINASC) e tabulados pelo Datasus. No Estado, de 2018 a 2021, 1.457 crianças nasceram de meninas com 10 a 14 anos. Entre as jovens de 15 a 19 anos, foram 25.798. No recorte por municípios com registros de ocorrências nos dois intervalos de idade, Natal lidera com 8.606 nascidos, seguido de Mossoró  (4.610), São José de Mipibu (2.878), Santa Cruz (2.098) e Macaíba (1.485). 

Natural e residente da zona Norte da capital potiguar, que tem mais casos levantados, Emily engravidou aos 15 anos. Ela lembra exatamente o mês que descobriu: outubro de 2022. Na época, já estava com um mês, mas apenas acreditou no teste positivo quando ele foi reafirmado pelo exame de sangue. Além do choque da descoberta pessoal, compartilha, sentiu medo da reação da mãe, com quem morava com as irmãs mais novas. Diferente do que acontece em muitos lares, foi bem acolhida e contou para o namorado, que tinha 17 anos quando começaram a namorar. Desde o início, o jovem também assumiu Gabriel. 

  Com esse apoio, somado ao da família, a jovem relata ter começado o pré-natal e, com sete meses de gestação, passou a contar com assistência psicológica para lidar com as mudanças desse processo. Em termos de assistência via SUS, relata ter sido sempre bem atendida e, na medida que seu corpo mudava e os sintomas chegavam, não deixou de frequentar a escola. Só parou, de fato, quando teve o filho no dia 29 de maio por meio do parto natural. “Não consegui sentir nada além de dor”, rememora sobre o dia do parto. 

  Desde então, a rotina e as prioridades têm sido outras, mas aos poucos busca resgatar outras esferas da sua vida. Na próxima semana, por exemplo, um novo desafio a aguarda: o retorno à escola. Isso porque, apesar de ter recebido as atividades durante os últimos três meses, agora tem responsabilidades de mãe. Emily não nega os desafios, mas sempre demonstra gratidão ao falar do pequeno Gabriel. “Esse menino é minha vida”, compartilha sorrindo ao olhar para o filho. 

Ao primeiro olhar, a jovem exprime alguns traços da infância, mas as atitudes são de quem pratica diariamente a maternidade. E como toda mãe, diz querer oferecer para ele o que nem sempre teve: a demonstração crescente de amor. Somado a isso, mesmo antes de engravidar, também ajudava a cuidar das irmãs pequenas. Na prática, sua infância e adolescência sempre foram atravessadas por responsabilidades precoces, repetindo ciclos também enfrentados pela mãe. 

  Atualmente, até mesmo seus sonhos carregam uma atmosfera diferente da que costuma acompanhar a adolescência. Não sabe dizer ao certo qual profissão almeja seguir, embora pense em fazer um curso profissionalizante para design de unhas, ou mesmo se vai prestar o Enem. Quando fala dos sonhos dos quais se apropria, por outro lado, não pensa duas vezes antes de falar: conquistar sua casa própria e poder suprir as necessidades do pequeno Gabriel. Enquanto o pequeno ‘troca o dia pela noite’, ela também tem trocado prioridades, objetivos e sonhos. 

Aspectos e desafios da gestação 
  Se, por um lado, a gravidez de Emily  foi saudável, por outro, muitas meninas encaram riscos associados a gravidez precoce. A médica obstetra Priscylla Carolynne, da Maternidade Escola Januário Cicco (Mjec-UFRN/Ebserh), esclarece que são consideradas como gravidez na adolescência as gestações em meninas entre 10 a 20 anos, sendo associada ao maior risco quando acontece antes dos 15 anos. Na Mejc, segundo dados da unidade, foram realizados 165 partos em jovens de 12 a 19 anos de janeiro a junho deste ano. No mesmo período do ano passado, o número foi de 171. 

 Segundo a médica, especializada em alto risco e com trabalho direto no ambulatório pré-natal, os casos são mais frequentes entre meninas de  16 a 20 anos. Nesta faixa-etária, aponta, a gravidez costuma apresentar maior risco de  pré-eclâmpsia grave e cesárea (devido a desproporção bacia materna-bebê). Já na adolescência, em geral, há maior perigo de hipertensão gestacional, desnutrição, anemia e riscos do bebê nascer com baixo peso em caso de partos prematuros. 

Aliado a isso, Priscylla Carolynne chama atenção para o comprometimento social-educacional das meninas que, como Emily, também precisam pausar os estudos. “As estatísticas apontam que essas adolescentes geralmente estão entre a população mais vulnerável economicamente”, esclarece. A médica ginecologista e obstetra, Michelly Nóbrega, também da Januário Cicco, repercute uma perspectiva semelhante, uma vez que na maternidade a maioria das adolescentes grávidas têm entre  15 e 17 anos. 

“Esse público é bem prevalente e a vulnerabilidade social está muito associada a esse fator pelas condições de vida e socioculturais dessas pacientes mais carentes. Nós somos SUS, então nosso público precisa do Sistema de Saúde Único para ser cuidado”, complementa. Ela defende, ainda, a necessidade de fornecer uma assistência multiprofissional adequada. “Uma adolescência sem estar grávida já é muito complicada, imagine com uma gravidez que você é obrigada a crescer antes da hora, tomar decisões por alguém e aprender a cuidar de alguém”, complementa. 

 Em relação à assistência psicológica, especialmente, a psicóloga da MEJC, Alexsandra Braga Torres, aponta que a adolescência é por si só um período de vulnerabilidade diante das alterações físicas, emocionais e sociais que caracterizam essa fase. Consequentemente, as chances de exposição a riscos, incluindo uma gravidez não planejada, são maiores. A especialista reitera, portanto, a importância do atendimento psicológico para que as adolescentes consigam lidar melhor com esse processo. 

 “O acompanhamento pode acontecer tanto de forma individual, onde trabalhamos as demandas que forem surgindo da adolescente, intervindo de forma psicoeducativa e esclarecendo dúvidas sobre a gestação e as alterações psicoemocionais que podem acontecer no ciclo gravídico puerperal. Também podemos fazer atividades voltadas para questões expressivas, onde ela possa colocar os sentimentos, as dúvidas e os medos diante desse processo de gestação”, explica. Ela adverte, ainda, que nos casos de gestantes em vulnerabilidade social é preciso potencializar os cuidados diante de políticas de assistência social, saúde e educação. 

Políticas Públicas são incipientes
Na perspectiva da médica Priscylla Carolynne, as políticas públicas ainda são incipientes, seja em relação ao pré-natal em casos de gravidez na adolescência, ou na educação para prevenção e incentivo ao crescimento profissional. “Essas pacientes geralmente são filhas de mães que também foram mães na adolescência, não tem perspectiva de estudo futuro e acabam reféns do sistema deficitário. Nossas pacientes apresentam dificuldade em conseguir medicações, realizar exames ou ultrassonografia essenciais ao pré-natal, aumentando ainda mais o risco de complicações”, ressalta.

Para Michelly Nóbrega, além da necessidade de um trabalho educativo contínuo nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), a educação sexual apropriada nas escolas é fundamental no combate a gravidez na adolescência. “Não é um incentivo à sexualização, mas um esclarecimento do que é uma coisa que ela vai passar no futuro. É melhor ela passar por um processo esclarecida do que ver coisas na rua de maneira errada e aplicar isso como se fosse uma verdade absoluta”, argumenta.  

Atualmente, segundo Manoel Onofre Neto, da Promotoria de Defesa da Criança e do Adolescente de Natal, do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), o Órgão vem trabalhando para institucionalizar um projeto chamado “Autoproteção” em todas as escolas da capital com o objetivo de esclarecer às crianças e adolescentes o que permeia a inserção precoce na maternidade.  “A Promotoria não tem essa atribuição direta de atuar nessa frente de prevenção, mas indiretamente, por trabalharmos com os crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, nós vimos que a gravidez na adolescência tem sido uma constante e temos [recebido pedidos] para que a rede atue tanto na prevenção quanto acompanhamento na assistência”, esclarece. 

Tribuna do Norte

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