ABC É DERROTADO PELO TOMBENSE POR 3 A 0 E CHEGA 12 JOGOS SEM VITÓRIAS NA SÉRIE B

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  O ABC chegou ao seu 12º jogo seguido sem vitória na Série B do Campeonato Brasileiro. O Alvinegro perdeu do Tombense por 3 a 0, nesta quinta-feira (7), fora de casa. A partida marcou a estreia do técnico Argel Fuchs no comando do time potiguar. Os gols da partida foram marcados por Fernandão, no primeiro tempo, enquanto Matheus Frizzo e Alex Sandro deram números finais ao confronto na segunda etapa. Com a derrota, o ABC segue na última posição do campeonato, com 16 pontos conquistados após 27 rodadas. O time está a 11 pontos do primeiro fora da zona de rebaixamento, o Avaí. Já o Tombense chega aos 25 pontos e pode sair da área de descenso na próxima rodada. O ABC volta a campo na próxima sexta-feira (15), em partida contra o Sport, no Frasqueirão. O confronto está marcado para as 21h30.

NO RN, 61% DOS PEDIDOS DE DOAÇÃO DE ÓRGÃOS FORAM RECUSADOS EM 2023

 

Cristiane Morosini, de 57 anos, ganhou um novo coração há seis meses.       

“Imagino a dor das famílias que perderam seus entes, mas é importante dizer: o ato de doação é um braço divino. É a mão de Deus ajudando outra pessoa”. A declaração emocionada é da revisora Cristiane Morosini, de 57 anos, que há seis meses ganhou um coração novo e mais uma chance para seguir adiante. O relato serve, sobretudo, como forma de apelo frente ao cenário que envolve cirurgias para transplantes no RN. De janeiro a junho deste ano, 6 em cada 10 familiares que participaram de entrevistas para doar órgãos de parentes falecidos, não autorizaram o procedimento, número bem acima da média nacional. No País, as negativas ficaram em 49% no primeiro semestre de 2023, de acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO).

 O levantamento indica que, das 70 entrevistas realizadas pela Central Estadual de Transplantes do Rio Grande do Norte, 43 obtiveram resposta negativa para a doação, o equivalente a 61,43%. No ano passado, de acordo com a própria Central, o percentual de recusas ficou em 68%. A falta de conscientização sobre o procedimento é o principal fator para o cenário, segundo fontes ouvidas pela TRIBUNA DO NORTE. Os dados preocupam, especialmente, se levar em conta a fila de espera atual: são 910 pessoas aguardando transplantes no RN.

De acordo com a Central Estadual, são 592 pessoas que aguardam por córneas, 298 à espera de rins, 19 no aguardo por medula óssea e uma pessoa esperando por um coração. O Estado é o 14º estado brasileiro em realização de transplantes e 5º no Nordeste (atrás do Ceará, Pernambuco, Bahia e Paraíba, nesta ordem). Os órgãos podem ser captados em qualquer hospital do Rio Grande do Norte, mas o procedimento só pode ser feito por uma equipe especializada. Rogéria Medeiros, coordenadora da Central de Transplantes da Sesap, disse que a recusa em doar não é o único empecilho para os procedimentos de transplante no RN. 

De acordo com ela, o tempo que leva para algumas notificações de óbito chegarem à Central também funciona como um limitador para os procedimentos. “A córnea, por exemplo, não é um órgão, é um tecido, o que, teoricamente tornaria mais fácil a doação, o que nem sempre ocorre. A gente atribui isso às notificações de óbitos que chegam até nós. Elas devem ser compulsórias, mas às vezes vêm muito depois. Então, tempo hábil para a coleta, nesses casos, se torna uma limitação”, explica.

Melhorar o intervalo de notificação e conscientizar sobre o ato de doar órgãos é primordial para que mais histórias como a de Cristiane Morosini possam ser contadas. Depois de um longo período convivendo com insuficiência cardíaca, ela foi internada mediante um veredicto médico: somente um novo coração em menos de 24 horas poderia salvá-la da morte. “Eu precisava de um coração no dia seguinte e apareceu, depois de ter ficado um ano na fila de espera. A gente considera um milagre”, detalha.

A cirurgia foi realizada no Hospital Rio Grande, única unidade do Estado habilitada para realizar esse tipo de transplante.  No Rio Grande são realizadas, ainda, as cirurgias de medula óssea, assim como no Hospital Luiz Antônio (Liga Contra o Câncer). Já os procedimentos de córnea são feitos no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL) e os de rins, no Hospital do Coração. A Central de Transplantes do RN também faz a captação de fígado, que é enviado para outros Estados, uma vez que, por aqui, ainda não são realizados procedimentos para o órgão.

“Cada dia é uma dádiva”, diz transplantada
Há cerca de sete anos, Cristiane Morosini passou mal enquanto caminhava, um episódio que ela considerou bastante incomum. “Me senti asfixiada, sem força. Eu tinha ido para o Rio Grande do Sul, minha terra natal e por lá tive uma crise bastante severa. Quem tem insuficiência cardíaca não pode beber e eu estava tomando vinho. Até então, não sabia da minha condição. Fui ao médico algumas vezes por conta de uma tosse que não parava e que camuflei com remédios, porque diziam se tratar de refluxo”, descreve Morosini. 

“Já de volta a Natal, fui ao médico depois de sentir uma dormência no braço e na mão. Foi quando eu descobri a insuficiência, comecei a tomar remédio e não parei mais. Tive uma leve melhora, mas surgiram problemas por conta da medicação e comecei a piorar. O tempo passou e fui tendo descompensações. Passei a ter apneia, tosse, fiquei inchada e não tinha forças sequer para caminhar. E aí, veio mais um agravante: o lado esquerdo do coração estava fibroso, sem funcionar, basicamente. Em um determinado momento, pensou-se em fazer uma cirurgia para colocar um clipe na válvula mitral, procedimento que poderia resolver meu caso”, acrescenta.

Morosini relata que teve uma embolia pulmonar em seguida, o que ajudou a piorar o quadro de insuficiência, até que, no início do ano passado, veio a notícia da possibilidade de transplante. “O doutor Luciano Pilla, um médico incrível, como toda a equipe do hospital Rio Grande, me disse que, a partir daquela data, eu tinha, no máximo, dois anos e meio de vida. Então, fui colocada na fila de espera. Confesso não ter acreditado muito naquele prazo, porque eu estava relativamente bem. Mas o tempo foi passando, as coisas pioraram e fui ficando mais ansiosa”, relembra.

Cristiane Morosini conta que passou mal em fevereiro deste ano, mas imaginou se tratar de mais uma crise de descompensação dentre as tantas que já havia enfrentado. No hospital, descobriu-se que ela estava apenas com 17% de capacidade cardíaca. “Fiquei um ano na fila de espera, até chegar a esse, que foi o momento crítico. Eu precisava de um transplante no dia seguinte e apareceu”, acrescenta. Feliz em poder continuar contando a própria história, Morosini diz que o processo de recuperação é constante e revela que ele foi bem mais complexo no pós-cirurgia. “Fiquei 28 dias na UTI, perdi massa magra, fiz hemodiálise e quando levantei não conseguia caminhar. Minha recuperação foi lenta e gradual. Ainda faço uma série de biópsias. Estou em franca recuperação”, comemora. 

Questionada sobre planos para o futuro, Morosini é enfática: "Cada dia é uma dádiva porque, de repente, você pode não estar mais aqui. Faço exames a cada 15 dias, tomo diversos medicamentos, tenho apenas seis meses de transplante e ainda várias biópsias pela frente. Prefiro viver um dia de cada vez. Espero que as pessoas leiam e se conscientizem sobre doação, porque o desejo [de ser um doador] é divino. Existe uma equipe médica muito séria por trás desse processo, do cliníco ao cirurgião, passando pela enfermagem. Minha gratidão pela dedicação incansável", afirma.

Entenda os critérios da fila de doação
Nos últimos dias, o País tem acompanhado inúmeras insinuações que colocam em xeque o processo de doação de órgãos no Brasil, após o apresentador Fausto Silva receber, em apenas sete dias, um novo coração (o tempo médio para esse tipo de procedimento, é três meses, em média). Nas redes sociais surgiram acusações de que Faustão furou a fila e teria supostamente sido beneficiado pela visibilidade que possui. A cardiologista Lorena Marques, coordenadora da equipe de transplantes do Hospital Rio Grande, afirma que existe uma série de critérios rigorosos para o procedimento.

“São os critérios de priorização. O principal deles é o de pessoas que estão em suporte mecânico circulatório, que são dispositivos específicos para ajudar quando o coração não está funcionando bem. Depois, vêm outros, como o tipo sanguíneo, se o paciente faz ou não uso de drogas vasoativas, se a pessoa está em casa ou internada – e, se está internada, observa-se se ela está em suporte de ventilação mecânica”, explica. “No caso de Faustão, o tipo sanguíneo é o ‘B’, mais raro. Isso pode ter reduzido a proporção de pessoas à frente dele na fila”, diz.

A médica explica ainda que o tipo sanguíneo do apresentador permite receber doações de pacientes com sangue O e B, enquanto os demais não podem receber de tipos diferentes. “Além disso, Faustão usava drogas vasoativas, outro critério de priorização e fazia hemodiálise por causa de problemas renais provocados pela falência do coração”, afirma Lorena Marques. 

No Hospital Rio Grande, desde o início das cirurgias de transplante em março do ano passado, cinco pacientes  passaram pelo procedimento. Para se tornar um doador de qualquer órgão, de acordo com Rogéria Medeiros, da Central Estadual de Transplantes, basta deixar claro o desejo junto a parentes de primeiro grau (pai, mãe, cônjuge, filhos ou irmãos). Outros aspectos, relacionados à saúde, porém, são levados em conta.

"Não basta querer ser um doador. Tem que poder também. São considerados fatores como idade e histórico de doenças prévias”, esclarece Medeiros.  Ela acrescenta que é importante que haja conscientização da população sobre o tema, uma vez que, mesmo mesmo com o desejo manifestado do doador, quem define sobre o procedimento são os familiares. Lorena Marques, do Rio Grande, chama atenção para o seriedade do trabalho para doação de órgãos   "O Sistema Nacional de Transplantes é um dos mais seguros que existe”, frisa a cardiologista.

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