O Rio Grande do Norte iniciou o último dia da campanha nacional de vacinação contra a poliomielite com 66% das crianças vacinadas. Em números absolutos, foram vacinadas 123.249 crianças menores de cinco anos até a manhã desta segunda (31). Os dados são do Portal RN+Vacina.
Dos 167 municípios do estado, 53 conseguiram atingir a meta estipulada pelo Ministério da Saúde de 95% de crianças vacinadas. Outros 113 municípios atingiram percentual de vacinação entre 50 a 94,99% e a capital do estado, Natal, foi o único município do RN que não atingiu pelo menos 50% de cobertura vacinal, ficando com 39,80% - o que representa 16.353 crianças vacinadas.
Para a coordenadora de vigilância em saúde da Sesap, Kelly Lima, a queda da cobertura vacinal é preocupante. “O percentual de 66% para o estado é muito aquém do que esperávamos. A campanha encerra hoje (31), conforme cronograma previamente pactuado com os municípios. Porém os imunizantes seguem disponíveis em toda a rede durante todo o ano e esperamos que os pais, mães e responsáveis não deixem de vacinar suas crianças”, disse.
Os três municípios que mais vacinaram no RN foram: Severiano Melo (165,41%), Água Nova (137,04%) e José da Penha (127,21%). Podem se vacinar contra a poliomielite, crianças a partir de um ano e menores de 5 anos de idade.
A campanha contra a doença estava prevista para durar até o dia 30 de setembro. Porém, devido à baixa adesão, a mobilização foi prorrogada no estado.
O Brasil não registra casos de paralisia infantil desde 1989, mas com a queda das taxas de vacinação desde 2015, diversos órgãos ligados à saúde alertam para o risco de retorno da doença.
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), agência ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), advertiu em setembro que esse risco é muito alto. "Precisamos vacinar a população, principalmente nossas crianças. É inaceitável que, em pleno século 21, nós tenhamos sofrimento das nossas crianças por doenças que já estão erradicadas há muito tempo", acrescentou Queiroga.
De acordo com o Ministério da Saúde, a meta de cobertura vacinal contra a poliomielite em crianças menores de 1 ano não é atingida desde 2017.
Ao listar esforços das secretarias de saúde de muitos estados que ainda não atingiram a meta, como atendimento em horários ampliado e aos finais de semana, Marcelo Queiroga também destacou que a baixa adesão tem ocorrido no mundo todo e que o comportamento não é uma exclusividade do Brasil. Queiroga ressaltou ainda que as vacinas do calendário nacional seguem disponíveis nos 38 mil postos de saúde do Brasil.
A poliomielite ou pólio é uma doença contagiosa aguda causada por um vírus que vive no intestino, chamado poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas infectadas. Nos casos mais graves da doença, também chamada de paralisia infantil, ela provoca o comprometimento do sistema nervoso, levando à paralisia de membros e alterações nos movimentos e pode até ser fatal.