O Rio Grande do Norte é o quarto estado da região Nordeste que mais faz tratamentos, sejam clínicos ou cirúrgicos, de glaucoma por ano. A média dos últimos quatro anos (2019 a 2022) é de 12.297 procedimentos, perdendo apenas para os estados da Bahia, Pernambuco e Paraíba, respectivamente. Fora do Nordeste, apenas três estados realiza mais operações que o RN: Minas Gerais, São Paulo e Paraná. Os dados são dos Sistemas de Informações Ambulatoriais (SIA) e Hospitalares (SIH) da Sociedade Brasileira de Oftalmologia.
Em todo o Brasil, de janeiro de 2019 a janeiro de 2023, mais de 1,3 milhão de pessoas foram salvas da cegueira no Brasil graças aos tratamentos medicamentosos e cirúrgicos realizados por médicos oftalmologista da rede pública de saúde. O estado com o maior número médio de procedimentos realizados é Minas Gerias, com 70.533. Em seguida aparecem a Bahia (56.886), São Paulo (36.008), Pernambuco (32.804), Paraíba (18.205), Paraná (13.895) e o Rio Grande do Norte aparece como o sétimo do Brasil, com (12.297). A média nacional é de 289.848 procedimentos por ano.
Procedimentos – O tratamento cirúrgico é uma forma eficaz de controle da pressão intraocular quando o tratamento clínico medicamentoso não foi suficiente para esse objetivo. Há diferentes técnicas usadas nesse tipo de abordagem. Especialistas afirmam que procedimentos, como a fototrabeculoplastia a laser e a trabeculectomia, o implante de prótese anti-glaucomatosa são alternativas ao uso de medicamentos.
Na avaliação de custo-efetividade, a foto trabeculoplastia aparece como uma alternativa muito válida em um grupo de pacientes. Embora sejam considerados procedimentos de maior complexidade, as cirurgias para tratamento da doença representam dez vezes menos no orçamento público do que os gastos com tratamentos medicamentosos. Entre janeiro de 2019 e fevereiro de 2023, o SUS dispôs de R$ 75,5 milhões com esses pacientes. Já com aqueles que recebem colírios e outras terapias, o custo acumulado ficou em R$ 790,9 milhões.
Exames para diagnóstico
Já os dados relacionados à quantidade de exames específicos para diagnóstico do glaucoma apontam que o RN tem o segundo pior índice da região Nordeste. A média de exames realizados entre 2019 e fevereiro de 2023 é de 30.371 anuais, superando apenas o estado de Sergipe, que faz 27.488 exames por ano. Isso significa dizer que 40,5% dos exames realizados no RN nos últimos anos recebem o diagnóstico do glaucoma.
Exames – Ao avaliar a trajetória do paciente que tem glaucoma dentro da rede pública, um outro dado também se destaca na análise elaborada pelo CBO. De 2019 a fevereiro deste ano, os registros apontam a produção de 5,9 milhões de exames de diagnóstico para essa doença. Esse número, que teve queda significativa durante o pico da pandemia de covid, bateu recorde em 2022, quando foram realizados 1,7 milhão de procedimentos.
“Esse é outro termômetro que revela como o coronavírus afetou a saúde ocular dos brasileiros. A alta no número de exames indica que muitos pacientes não conseguiram acesso à assistência durante a pandemia ou, por escolha pessoal, evitaram os serviços de saúde, na época, por medo de contaminação. Na oftalmologia, sabe-se que o diagnóstico tardio implica em perda de chances de se reduzir danos causados pelo glaucoma”, lembrou o presidente do CBO.
24 Horas pelo Glaucoma
A divulgação desse levantamento pelo CBO acontece dentro da campanha 24 Horas pelo Glaucoma, que acontece tradicionalmente em maio, quando se comemora a Data Nacional do Combate a essa doença, no dia 26. No entanto, um pouco antes, acontecerá o ponto alto desse esforço organizado pelo Conselho e a SBG. Em 20 de maio (sábado), será realizada uma maratona de entrevistas, reportagens, depoimentos e debates sobre diferentes aspectos relacionados a essa doença, com transmissão ao vivo pelo canal do CBO no Youtube.
